De quais lugares físicos, emocionais e comportamentais você precisa sair hoje para que seu negócio avance?

Oi, tudo bem? Espero que você esteja bem e que o seu negócio esteja caminhando muito bem também! Estou pensando em como os relacionamentos sociais impactam diretamente nos negócios enquanto escrevo essas poucas linhas para você. Aliás, eu te pergunto: você sabia que os seus relacionamentos sociais – e o meio no qual você está inserido – podem impactar diretamente o seu negócio, a sua vida profissional e a sua prosperidade? Já pensou sobre isso?

Pois bem, vou falar um pouco sobre tal assunto para te ajudar a entender como melhorar a sua vida profissional através dos seus relacionamentos. Sair da zona de conforto é necessário para que os avanços pessoais e profissionais aconteçam, a questão central é que não normalizamos essas “saídas” e temos dificuldade de entender que a vida (pessoal e profissional) é um processo de constante evolução.

As pessoas costumam dizer por aí que “Nós somos a média das 5 pessoas com as quais convivemos”. Eu costumo dizer que eu não sei de onde saiu esse número, mas, de fato, a ciência nos mostra através de estudos que nosso comportamento; nossa visão de mundo; a forma como a gente toma as decisões e a forma como conduzimos a nossa vida profissional são sim afetados pelo meio no qual convivemos.

A psicologia descreve como Efeito Manada a tendência no processo de tomada de decisão de seguir o grupo (dominado pela maioria ou, ao menos, uma minoria influente). Esse Efeito Manada se aplica a vários cenários e situações da vida como por exemplo: escolhas alimentares, opiniões políticas/públicas, escolhas profissionais e financeiras ou, até mesmo, decisões cotidianas que podem ser alteradas por conta do posicionamento de pessoas influentes de dentro do grupo no qual o indivíduo está inserido.

| Efeito manada é a tendência de seguirmos um grupo no processo de tomada de decisão.

Que tal darmos alguns exemplos para você entender melhor como você é acometido diariamente por esse efeito psicológico? Imagine a seguinte situação: é sexta-feira à noite e você decide sair com um grupo de amigos para se divertir. Situação super normal, concorda? Vocês estão num grupo de cinco pessoas e você e mais dois estão decididos que querem ir numa pizzaria tradicional da cidade, pois querem comer uma pizza e tomar um vinho. Um dos amigos diz não ter preferência de lugar e o outro está argumentando (fortemente) que deseja ir numa churrascaria, pois o seu desejo é comer uma carne e tomar um chopp. A matemática parece simples, mas quando falamos deste tipo de decisão fatores psicológicos podem deixar tudo muito complicado. A escolha a ser tomada pode gerar muito mais sofrimento do que a gente imagina. No final,  o grupo de amigos foi para a churrascaria, apesar de ser o desejo de apenas um dos amigos: o mais influente, extrovertido, que tinha as melhores piadas e estava sempre disposto a ajudar os outros e que, por isso, era sempre o responsável por reunir a turma. Como desagradar esse melhor amigo? Não dá, não é mesmo? Ninguém quer ser a pessoa que vai acabar com o clima de descontração e alegria, mesmo que isso custe não satisfazer a própria vontade… A melhor opção é ceder, mesmo que sejam três pessoas cedendo à vontade de uma…

Pode parecer estranho e até cômica a situação, mas isso acontece todos os dias em sua rotina, pode acreditar! E olha aí o Efeito Manada se fazendo presente em nossa vida cotidiana.

A grande questão é quando tudo isso envolve a vida profissional ou os negócios de uma maneira geral.

Efeitos psicológicos impactam a sua vida pessoal e profissional diariamente e você nem percebe…

Efeitos psicológicos nos impactam o tempo todo e em todas as áreas da nossa vida, mas hoje quero te falar, em especial, dos efeitos psicológicos que estão (fortemente) ligados aos nossos relacionamentos e sobre os impactos que eles causam na prosperidade profissional.

É fato que somos seres sociais! E quando digo que é fato é porque me refiro às comprovações científicas que já temos dentro da área (tanto na psicologia quanto na neurociência). Pessoas precisam de pessoas e o advento da pandemia veio para nos mostrar o quanto a falta de convivência com outras pessoas pode gerar adoecimento mental e emocional. A questão a ser tratada aqui hoje é a qualidade dos nossos relacionamentos e o quanto os relacionamentos “não saudáveis” ou tóxicos podem prejudicar a nossa vida pessoal e profissional.

Nossa mente, nossa forma de pensar e nossos comportamentos são “moldados” pelo ambiente desde o nosso nascimento (eu, particularmente, penso que esse processo tem início na gestação, quando o bebê começa a perceber os ruídos externos). Muitas de nossas primeiras memórias  impactam os nossos sistemas de crenças e convicções que  nos servem de “guia”. Então sim, podemos dizer que o nosso ambiente familiar pode influenciar o nosso sucesso profissional na medida em que somos condicionados a agir e pensar de determinada maneira, garantindo a nossa “permanência” ou aceitação dentro daquele grupo social.

| Quais os ambientes que tem moldado o seu crescimento… ou a falta dele?

Somos educados para crescer, estudar, nos formar, casar, ter filhos e nos aposentar, garantindo assim a segurança da família que constituímos, não é mesmo? Vai você – um simples mortal, que se sente no direito de construir uma história diferente – dizer que pensa em construir uma empresa ou que decidiu empreender em alguma área de atuação que seu grupo familiar ou de convivência não considera ser seguro… Vai você – que faz parte de uma família tradicional de médicos, engenheiros ou advogados (por exemplo) – dizer que quer ir para a carreira artística… Vai você – que é de família rigorosamente religiosa – dizer que não acredita em Deus… Vai você, enfim, se permitir ter uma linha de pensamento ou comportamento diferente do seu núcleo de convivência… O que vai acontecer com você? Te respondo de bate pronto: você irá passar por um processo rigoroso de julgamentos e desaprovações, que podem travar o seu desejo de construir a sua própria história (pessoal ou profissional).

Validação é procurar verdade no sentimento de alguém… Cuidado com os julgamentos e críticas de quem não conhece nada sobre a construção do seu negócio, eles vão te paralisar!

Os medos dos julgamentos são paralisantes, assim como a não aceitação dos grupos de que fazemos parte! A falta de elogio, reconhecimento e admiração também são coisas que nos impedem de avançar; pois “acionam” processos angustiantes relacionados à aceitação social ou à fobia social. Tais processos, por sua vez, estão ligados aos medos de isolamento e distanciamento social por estarmos agindo em desacordo com o que aquele determinado grupo pensa ou aprova. Sim, ser diferente, ter desejos diferentes ou decidir agir de forma diferente, causa um sofrimento mental imenso!

Julgamentos e críticas são paralisantes e isso já é um fato reconhecido e documentado pelas neurociências. Quando estamos sendo julgados estamos em processo de sofrimento e, dependendo  de quem são os nossos julgadores, corremos o risco de desistir dos nossos objetivos e desejos por não aguentar a pressão e por não suportar a possibilidade de não sermos mais aceitos pelo grupo ao qual temos afeto. A questão é bem problemática, de fato. Mas minha pergunta difícil para você hoje é: de quais lugares físicos, emocionais e comportamentais você atualmente precisa sair para que seu negócio avance?

Quando temos objetivos e quando enxergamos metas gratificantes, nós também conseguimos entender que movimentos precisam ser feitos para que as nossas expectativas sejam alcançadas e, ok, está tudo bem! Está tudo bem entendermos que precisamos mudar! Está tudo bem entendermos que o meio no qual estamos inseridos não proporciona o nosso crescimento… Está tudo bem entendermos que precisamos colocar “filtros” ao lidarmos com as pessoas que são importantes em nossa vida… Nem todo mundo está apto a validar todas as áreas da nossa vida… A grande questão é saber “encaixar” cada um no seu devido lugar!

Não há beleza nos processos de mudança… Mas elas são necessárias para que você cresça!

É do reconhecimento das mudanças necessárias em nossas vidas que vem o nosso crescimento. É do reconhecimento das nossas fraquezas e fragilidades que surgem as nossas forças. E é do aceitar do nosso desconhecimento que o mundo se abre para o nosso avanço. Aceitar que estamos inseridos num meio que não favorece a nossa evolução não nos distancia das pessoas (como muitos pensam), apenas nos mostra que precisamos buscar novas relações que vão favorecer o nosso avanço.

Os meios influenciam nossas decisões e nossos relacionamentos “conduzem” o destino dos nossos negócios, e isso é um fato e uma problemática ao mesmo tempo! O exercício aqui é do entendimento que os relacionamentos “servem” para validar áreas diferentes da nossa vida, e está tudo bem! Ninguém (nem a gente mesmo) é bom em tudo e nem todo mundo é bom para nos validar em todas as áreas, e está tudo bem! O que precisamos é aprender a colocar cada um em sua gaveta… Cada pessoa e cada relacionamento deve ter um papel específico e bem desenhado em nossa vida, cada um na sua devida “gaveta”. Sempre teremos pessoas “aptas” a habitar várias gavetas em nossa vida, mas a grande maioria delas estará em uma gaveta ou em outra… Umas nas questões pessoais, outras nas profissionais, outras para falar sobre filhos e outras para falar sobre assuntos aleatórios… mas cada um no seu lugar e com a sua devida importância…

No livro “Não acredite em tudo que você sente” o autor Robert L. Leahy ajuda seus leitores a entenderem os esquemas emocionais que geram medo e que impactam no desenvolvimento da resiliência, o que gera paralisia nos processos de evolução. Conhecer a si mesmo é uma ferramenta libertadora e nos ajuda a mudar o rumo de nossa história. Segundo ele, nós maximizamos problemas por não entendermos os nossos próprios esquemas emocionais e por não conseguirmos lidar com problemas da nossa vida diária e que, na verdade, são problemas comuns… Em suma, nós aumentamos os nossos problemas com as nossas interpretações distorcidas! Aliás, distorcemos muitas coisas da nossa realidade e, se conseguirmos entender isso hoje, está tudo ok!

Mas agora quero voltar ao nosso tema central aqui: de quais lugares físicos, emocionais e comportamentais você precisa sair hoje para que o seu negócio avance? E quando falo sobre o seu negócio, estou falando sobre a sua vida profissional (independentemente da questão de se você é CLT ou autônomo ou empresário… sua vida profissional é seu negócio e seu negócio é sua vida pessoal… somos uma pessoa só!). Quem são as pessoas – ou quais são os relacionamentos – que estão impactando negativamente em sua evolução? De quais lugares você precisa se distanciar para você evoluir? De quais pessoas você precisa se distanciar emocionalmente (e não necessariamente fisicamente) para que sua vida avance?

O distanciamento não significa abandono, mas tão somente a realização de escolhas inteligentes para que os seus objetivos pessoais e profissionais sejam alcançados. Se distanciar significa ter o entendimento de quais são as melhores pessoas para te validar em cada área da sua vida… Significa saber identificar quem são as pessoas que já percorreram e que conhecem o caminho no qual você está iniciando a sua caminhada…

Sabe aquela famosa frase “Não aceite críticas construtivas de quem nunca construiu nada”? É bem isso mesmo! Por que motivos você se permite abalar por críticas de pessoas que nunca caminharam na estrada que você está iniciando a sua trajetória? E porque você se permite pensar em desistir porque alguém do seu círculo de relacionamento pessoal não consegue compreender que sua escolha “do caminhar” profissional é apenas diferente? Há infinitas possibilidades profissionais que o outro julga ser melhor para você… Mas se essas possibilidades não te fazem feliz, então está tudo bem se você fizer as suas próprias escolhas. E se isso te gerar um desgaste ou distanciamento nos relacionamentos, está tudo bem também… O importante aqui é o que irá te fazer feliz e trazer realização no longo prazo…

As “saídas” fazem parte do nosso processo de evolução e é importante que sejam normalizadas.É importante que tenhamos a liberdade de sair em busca de convívios que favoreçam o nosso crescimento e em busca de relações que nos provoquem a melhorar… A melhoria e o crescimento pessoal e profissional nascem de “provações”… Nascem de ambientes desafiadores que nos convidam a ser melhores do que somos hoje, que nos geram a necessidade de movimento e que nos convidam a abrir a mente…

Muitas vezes, no nosso processo de evolução, nos deparamos com desafios que nos parecem ser impossíveis de superar e com portas que nos parecem impossíveis de serem abertas… A grande questão é que, de forma automática, deduzimos que as portas fechadas estão trancadas, mas na verdade e na grande maioria das vezes elas apenas estão encostadas e só dependem do nosso movimento de tentá-las abrir para que nosso avanço seja possível… Abrir portas significa romper barreiras possíveis, porém que nem sempre nós estamos dispostos a romper, verdadeiramente.

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Paralisia por análise, você conhece?

Medos de julgamento geram o que chamamos de paralisia por análise, quando o medo de desagradar ou falhar tira a nossa capacidade de agir no presente e  nos remete sempre aos medos e acontecimentos do passado (processos de ruminação) ou que nos projeta às situações futuras que podem nem vir a acontecer. A paralisia por análise é o pensar demais diante de um processo de tomada de decisão ou antes de fazer um “movimento”… E no final das contas nenhuma decisão, solução ou curso de ação é tomado em tempo hábil… Um dos fatores da paralisia por análise é a busca pela solução perfeita, pela decisão perfeita ou pelo movimento sem risco nenhum de dar errado.

O fato é que não existe decisão ou solução perfeita para nenhum cenário… Existem as decisões que são tomadas e os movimentos que são realizados… Eu costumo dizer que o ótimo é inimigo do bom, e a paralisia por análise acontece quando a gente fica parado esperando estar pronto para fazer o ótimo e ignora o entendimento de que para chegar no ótimo a gente precisa, primeiro, se permitir fazer o bom!

A paralisia por análise se dá quando o medo de errar supera a importância da decisão a ser tomada. Ela também está ligada à falta de confiança e baixa autoestima. A boa notícia é que isso é um padrão de comportamento que pode ser mudado!

Ok, já entendemos que as relações não saudáveis impactam de forma negativa a nossa evolução profissional… Mas como resolver esse problema? A resposta é simples e direta: é necessário conduzir tais relacionamentos pessoais de modo que eles não interfiram no seu crescimento profissional… É uma questão de gerenciamento de expectativas e de entendimento de quais são as pessoas ‘’aptas” a te validar em cada área de atuação da sua vida… A pergunta é: como esperar a validação das pessoas certas, ao invés da validação de pessoas que não entendem nada da construção que estamos fazendo?

A resposta está no entendimento de que precisamos estar inseridos em grupos de pessoas que entendem a nossa caminhada e nossa construção. A resposta está nos seus movimentos conscientes de procura por pessoas que podem enxergar sua caminhada com críticas construtivas de quem conhece suas dificuldades e sabe como te orientar para que seu caminhar seja mais leve e com menos dores emocionais e psicológicas… A resposta está nas suas escolhas…

Na verdade, a resposta está na sua capacidade de olhar para dentro e entender o que, de fato, te fará feliz…Quais são as relações ou pessoas que contribuem para o seu processo de evolução pessoal ou profissional e quais são as relações que você precisa manter exatamente como estão… As que precisam ser encerradas, basta encerrar;  e as que precisam ser mudadas, basta serem mudadas…

Simples assim, com constância, com determinação e com coragem (capacidade de agir apesar do medo)… Simples assim!

Patrícia Paulino – Empresária, Mentora de Negócios e de Alta Perfomance e Formadora de Mentores.

www.patriciapaulino.com

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