Mar: A Gota que Transformou seu Destino
Era uma noite de verão, quando o orvalho começou a se formar, minúsculo e silencioso, sobre uma folha solitária. Ali, uma gota foi crescendo aos poucos, recebendo cada partícula de umidade que a brisa trazia consigo. Aquela gota tinha um nome: Mar. Desde o instante em que surgiu, sentiu que havia nascido para algo maior. Ela não queria apenas existir; queria se transformar num mar.
Quando escorregou pela folha e caiu no chão, Mar encontrou sua primeira companheira: uma pequena poça. As estrelas refletiam na superfície daquela água parada.
– “Você e eu somos pequenas,” disse Mar, aproximando-se.
– “Mas se nos unirmos, podemos formar algo muito maior. Por que ficar aqui presa, refletindo o céu, quando podemos ser parte dele?” completou Mar.
A poça olhou para Mar e, mesmo hesitante, reconheceu que dentro dela também havia o desejo de ser mais do que era.
– “Como você pode ter tanta certeza?” perguntou a poça.
– “Porque eu sinto aqui dentro.” respondeu Mar, tocando a superfície da poça suavemente.
– “Há um mundo imenso esperando por nós. Mas para alcançá-lo, precisamos ser fortes, precisamos ser muitas.” explanou Mar.
A poça aceitou o convite, e as duas se uniram, formando algo maior do que haviam sido sozinhas. Mar, agora mais forte, continuou sua jornada. Em um campo próximo, encontrou um pequeno lago, suas águas calmas refletindo a lua.
– “Por que você fica tão parada, quando pode se mover? Sozinho, você é belo, mas juntos, podemos ser grandiosos.” disse Mar.
– “Eu sempre estive aqui, em paz. Para onde você está indo?” disse o lago olhando para o Mar.
– “Estou indo criar um mar!” respondeu Mar, com convicção.
– “Você não quer ver até onde suas águas podem chegar?” perguntou Mar.
O lago suspirou, suas águas ondulando levemente.
– “Eu nunca pensei nisso antes, mas há algo nas suas palavras que me faz querer tentar.” respondeu o lago.
E então, as águas do lago se juntaram às de Mar, que seguiu seu caminho. Mais à frente, Mar encontrou uma nascente borbulhante, cujas águas cristalinas fluíam sem destino.
– “Você corre em direção ao rio, mas por que não correr para algo ainda maior? Junte-se a nós e vamos criar algo que nunca foi visto antes.” propôs Mar.
A nascente, que sempre estava em movimento.
– “Eu já estou indo para algum lugar. Como pode ter certeza de que criar um mar é possível?” questionou.
– “Porque estou reunindo todos aqueles que acreditam que, juntos, podemos ser mais. Cada um de nós é pequeno, mas unidos, somos fortes o suficiente para formar algo grandioso,” disse Mar, com determinação.
A nascente concordou, e suas águas se fundiram com as de Mar, agora fluindo com mais força do que nunca.
Por campos, florestas e vales, Mar continuou sua jornada, sempre encontrando poças, riachos e lagos que, atraídos por seu propósito, se juntavam a ela. Cada gota que encontrava trazia consigo mais força, mais movimento, e o sonho de criar um mar parecia mais próximo a cada passo.
Finalmente, Mar avistou o horizonte, onde o céu azul se encontrava com a terra. Ali, diante dela, um novo mar estava prestes a nascer. Com a força de todas as águas que haviam se unido, Mar e seus companheiros formaram o Mar Egeu, um novo corpo de águas nascido não de um só rio ou nascente, mas de muitas pequenas águas que acreditaram no sonho de se tornarem imensas.
E assim, o Mar Egeu surgiu, vasto e belo, um testemunho de que até as menores gotas podem criar algo grandioso quando se unem.
Por mais pequenas que achamos que nossas existências seja, quando nos unimos com outros que compartilham do mesmo sonho, podemos criar algo muito maior do que jamais imaginamos. Juntos, somos infinitos.
E essa história não é sobre uma gota e um mar!
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