Por Que a Depressão Afeta Muito Mais Mulheres?

Em uma matéria publicada pelo G1 em fevereiro de 2025, uma pergunta chama atenção no título: “Por que as mulheres sofrem mais de depressão do que os homens?” A resposta, segundo a psiquiatra francesa Lucie Joy, está na combinação de causas fisiológicas e ambientais. E é justamente esse segundo fator, o ambiente, que carrega um peso silencioso e profundo no adoecimento emocional da mulher, como veremos ao longo deste artigo. A Organização Mundial da Saúde estima que a depressão afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, atingindo as mulheres em uma proporção três vezes maior do que os homens. Um dado alarmante, mas que infelizmente, não surpreende quem acompanha de perto a realidade feminina.
A Pressão de Todo o Santo Dia e Que Corrói Por Dentro
A mulher de hoje vive sob uma exigência constante: ser boa mãe, profissional exemplar, parceira ideal, cuidar do lar, manter o corpo em forma, lidar com as emoções e ainda assim, sorrir no final do dia. Nos meus atendimentos, ouço frases como:
“Me sinto exausta.”
“Tenho tudo para estar bem, mas não estou.”
“O relógio desperta e eu nem tenho vontade de levantar.”
Esse é o retrato da sobrecarga emocional feminina. Um peso invisível, mas real, naturalizado por séculos de condicionamento. Somos ensinadas a aguentar, agradar, dar conta. E com o tempo, o corpo adoece, a mente entra em alerta e o brilho vai se apagando.
O Perigo dos Ambientes Que Sobrecarregam
Como apontado pela psiquiatra Lucie Joy, os fatores ambientais são decisivos no adoecimento emocional da mulher. E é aí que mora uma das principais ameaças: o ambiente que sobrecarrega, também pode contribuir para adoecer. Em ambientes de trabalhos, a mulher ainda não é vista como um ser integral, além disso, o reconhecimento raramente acompanha sua entrega. No lar, muitas vezes o que deveria ser refúgio vira cenário de conflito. Na sociedade, seguimos sendo pressionadas a nos moldar em padrões irrealistas, sem falhas. Infelizmente, esse ambiente externo pode se tornar um gatilho silencioso, especialmente quando se exige performance sem cuidado, presença sem suporte, força sem descanso. Essa pressão crônica drena a energia e desconecta a mulher de si mesma aos poucos, sem alarde.
Como se Blindar Dessa Pressão Invisível
Esperar que o mundo mude pode ser uma armadilha. Por mais que tenhamos avançado, ainda não vivemos em um ambiente emocionalmente seguro para a mulher. Por isso, a melhor forma de se proteger é fortalecendo-se por dentro. Cuidar da mente, do corpo e do espírito. Cultivar leveza no cotidiano. Reconhecer seus limites e acolher suas emoções sem culpa. Como disse o filosofo Jean-Paul Sartre: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Então eu te convido a parar, respirar e se olhar com mais atenção. Se você sentir que algo está pesando, que o brilho das pequenas coisas está se apagando, ou que tem vivido no modo automático, não ignore. A insatisfação nem sempre chega gritando, às vezes, ela se esconde nas entrelinhas da rotina.
Conclusão
A depressão atinge mais mulheres não por fraqueza, mas por um sistema que ainda exige demais e acolhe de menos. É preciso entender que não se trata apenas de tristeza: é um sinal de que algo precisa mudar. A boa notícia é que é possível construir esse espaço interno mais leve, mais lúcido, mais seu. A vida não precisa ser só sobre dar conta. Ela também pode ser sobre se cuidar, se ouvir e se respeitar.
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